The Chaparro Shadow

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terça-feira, agosto 01, 2006

Floyd Landis dopou-se ou não?


Floyd Landis ganhou o recente Tour de France em ciclismo, sendo que na 16ª etapa teve uma prestação desastrosa, mas na 17ª surpreendeu todos os especialistas com uma prestação notável. Os títulos dos jornais intitulavam-no de "Super-homem".

Teve uma análise positiva no controle anti-doping que se seguiu à 17ª etapa e agora vem dizer que foi o corpo dele que produziu a substância dopante. Alguém anda a gozar connosco, acho eu.

Segue-se um extracto do jornal Público:
"Landis e o seu médico apresentaram três teorias para justificarem o controlo positivo

Floyd Landis, vencedor da Volta à França, atirou a hipótese de o valor elevado de testosterona, detectado num controlo antidoping realizado após a 17ª etapa da prova, ter sido causado por uns copos de bourbon Jack Daniels e umas cervejas que bebeu na noite anterior. A ideia abafou a questão principal: a testosterona foi produzida pelo próprio corpo do ciclista ou tratou-se de doping?

Brent Kay, médico de Landis, afirmou na sexta-feira que não faria sentido que o seu paciente se tivesse dopado com testosterona, porque esta substância é usada para desenvolver a massa muscular e o principal objectivo de um ciclista é ganhar resistência e não força. Don Catlin, director do laboratório antidopagem da Universidade da Califórnia, discorda. “Há uma escola de pensamento que considera que a real ajuda da testosterona” acontece na recuperação de grandes esforços, explicou o perito ao “The New York Times”. “Isso encaixaria nesta situação”, vincou. Ou seja, Catlin refere-se ao facto de Landis ter feito uma exibição extraordinária na 17ª etapa, recolocando-se na luta pela vitória final, depois de no dia anterior ter perdido muito tempo para o seu principal adversário, o espanhol Óscar Pereiro.

Numa conferência de imprensa realizada em Madrid, Landis desvalorizou as hipóteses de a testosterona ter sido produzida devido ao álcool ou a um medicamento que ele toma para um problema na tiróide. O positivo foi causado por uma produção anormal da hormona masculina, que no seu caso se regista desde a adolescência, assegurou.

Contudo, Landis foi submetido a 14 controlos desde o início da época, seis deles durante o Tour, o que cria cepticismo em Christiane Ayotte, directora do laboratório antidopagem de Montreal, que estudou rácios testosterona/epitestosterona (T/E) em mais de 55 mil atletas e verificou poucas variações nos perfis. “Nos meus 20 anos de experiência, verifiquei que o valor T/E é estável a nível individual. Não varia mais do que 20 a 30 por cento do valor usual”, afirmou a cientista ao “Washington Post”, vincando que “é impossível” verificarem-se variações significativas de T/E em controlos consecutivos."