Plutão perde estatuto e sistema solar fica com oito planetas
A Assembleia-geral da União Astronómica Internacional (IAU) decidiu esta quinta-feira, em Praga, retirar a Plutão o seu estatuto de planeta, passando assim a oito o número oficial de planetas do sistema solar.
Após grandes e intensas controvérsias sobre esta decisão, a IAU acabou por votar hoje, por unanimidade, na sua XXVI assembleia-geral, a exclusão de Plutão da categoria de planeta com pleno direito a figurar no sistema solar.
Os mais de 2.500 astrónomos de 75 países reunidos na capital da República Checa reconhecem desta forma que se cometeu um erro quando se outorgou a Plutão a categoria de planeta em 1930, ano da sua descoberta.
Deste modo, a definição adoptada hoje preenche um vazio que existia neste campo científico desde os tempos do mítico astrónomo polaco Copérnico (1473 a 1543).
A nova definição contempla três grupos de planetas: o primeiro com os oito planetas «clássicos» - Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano -, o segundo com os asteróides e o terceiro grupo com Plutão e o novo objecto UB-313, descoberto no ano passado.
Plutão, descoberto há 76 anos pelo cientista norte-americano Clyde Tombaugh (1906-1997), foi objecto de disputa durante décadas, sobretudo devido ao seu tamanho, que tem sido reduzido ano após ano até aos 2.300 quilómetros de diâmetro actualmente estabelecidos.
Desta forma, Plutão é muito mais pequeno do que a Terra (12.750 quilómetros) mas também do que a lua terrestre (3.480 quilómetros) e inclusivamente do que o UB-313 (cerca de 3.000 quilómetros), que contudo se encontra bem mais longe do Sol.
Outro argumento contra Plutão é a forma pouco ortodoxa da sua órbita, cuja inclinação não é paralela à da Terra nem à dos outros sete planetas do sistema solar.
O projecto original da IAU, que causou um intenso interesse mediático na semana passada, previa o alargamento para 12 planetas: os oito «verdadeiros» planetas, os três anões (Plutão, Ceres e UB- 313) e Caronte, que se mantém como lua de Plutão.
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